Márcio França critica ausência de nome forte do PT para enfrentar Tarcísio em SP

Márcio França critica ausência de nome forte do PT para enfrentar Tarcísio em SP

Ministro do governo Lula diz que partido ainda não tem candidato viável ao Palácio dos Bandeirantes e oferece vice na chapa

Enquanto a direita paulista já movimenta suas peças de olho nas eleições de 2026, com Tarcísio de Freitas como figura central – seja para a reeleição em São Paulo, seja como possível presidenciável –, a esquerda ainda parece desorientada no tabuleiro. Quem aponta essa lacuna é o ministro Márcio França (PSB), que se lança como pré-candidato ao governo estadual e critica a falta de nomes no PT dispostos a entrar na disputa.

Em entrevista ao jornal O Globo, França, que já foi vice de Alckmin e assumiu o comando do estado em 2018, afirmou que não vê ninguém no PT com disposição real para encarar a eleição em São Paulo. “A maioria da bancada federal petista quer uma candidatura unificada do campo governista e apoia meu nome. Conversei com o ministro Fernando Haddad e ele deixou claro que não pretende disputar o governo estadual. Sinto um vazio no partido”, declarou.

A avaliação de França se soma à preocupação com a alta popularidade de Tarcísio, que pode impulsionar outros nomes da direita ou até mesmo levá-lo à corrida presidencial. Bolsonaro, atualmente inelegível, aposta na aprovação de uma lei de anistia no Congresso para voltar ao jogo e reeditar o embate com Lula.

“O primeiro passo é saber se o presidente Lula será candidato. Depois, se Tarcísio renunciará. Muita gente acha que ele não vai arriscar, mas isso é desconhecer a política. Quando você tem popularidade, acaba sendo empurrado para a disputa”, analisou o ministro.

Questionado sobre a ampla oferta de nomes do campo conservador — como Eduardo Bolsonaro, Guilherme Derrite, André do Prado, além de figuras mais ao centro como Kassab e Ricardo Nunes —, França defendeu que a esquerda esteja unida, mesmo que haja um certo “vácuo”. “Prefiro vácuo a excesso. O excesso gera briga. O vácuo, ao menos, pode gerar consenso.”

Ele também afirmou que Lula estará “100% na campanha” e se disse aberto a construir uma aliança com o PT, inclusive cedendo o posto de vice. “Pode ser que Lula tenha uma ideia genial. Estou me colocando à disposição, mas o importante é ter algo com viabilidade eleitoral”, completou.

França ainda citou a derrota de Guilherme Boulos (PSOL) nas eleições municipais em São Paulo, mesmo com o apoio de Marta Suplicy e do PT, como sinal de que a esquerda precisa dialogar mais com o centro. Segundo ele, insistir em um caminho mais radical pode custar caro nas urnas.

Compartilhe nas suas redes sociais
Categorias