Marco Aurélio Mello critica julgamentos no STF e defende anistia para reduzir polarização

Marco Aurélio Mello critica julgamentos no STF e defende anistia para reduzir polarização

Ex-ministro diz que Supremo extrapola sua competência e questiona diferença de tratamento entre Bolsonaro e ex-presidentes

Em entrevista à CNN, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, demonstrou perplexidade com os rumos da Corte, especialmente em relação ao julgamento de pessoas comuns e de ex-presidentes. Para ele, o STF está assumindo um papel que deveria ser da primeira instância, contrariando princípios que sempre foram seguidos.

“Continuo perplexo. O STF tem competência restrita e, mesmo assim, está julgando cidadãos sem foro privilegiado. Qual a justificativa para isso? Essas pessoas deveriam ser julgadas por um juiz de primeira instância”, afirmou o ministro aposentado, referindo-se aos réus envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

Mello também criticou o fato de Jair Bolsonaro estar sendo julgado diretamente pelo Supremo, enquanto outros ex-presidentes tiveram seus casos encaminhados para instâncias inferiores. “Durante 31 anos no STF, vi que, ao deixar o cargo, um presidente respondia à Justiça comum. O Lula foi julgado pelo STF? Não. Então, por que agora o Messias [Jair Bolsonaro] está sendo tratado de forma diferente? Isso confunde a sociedade”, argumentou.

Além das críticas ao STF, o ex-ministro defendeu a possibilidade de uma anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, acreditando que essa medida poderia reduzir as tensões políticas no país. “O perdão é sempre bem-vindo. Anistia significa virar a página, pacificar o país. Se aprovada, não há o que se discutir”, declarou.

As declarações de Marco Aurélio Mello reforçam o debate sobre a condução do STF e a polarização política no Brasil, levantando questões sobre a seletividade no tratamento de figuras públicas e a necessidade de equilíbrio na Justiça.

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