Marina Silva anuncia liberação de R$ 35 milhões do Fundo Amazônia para ONG que barrou obras de rodovia no Acre
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou a alocação de aproximadamente R$ 35 milhões do Fundo Amazônia para a Organização dos Povos Indígenas do Juruá (Opirj). Esses recursos serão destinados a um projeto de “gestão territorial” voltado para o benefício das comunidades indígenas no estado do Acre. A ministra esteve presente na cerimônia de assinatura do contrato e destacou que o objetivo do Fundo Amazônia é proteger as populações tradicionais e a floresta, ao mesmo tempo em que promove geração de empregos, aumento da renda e melhoria na qualidade de vida das pessoas.
Em 2021, a Opirj, em colaboração com a ONG SOS Mata Atlântica, obteve uma decisão judicial que suspendeu as obras da BR-364, um projeto concebido no governo Bolsonaro. A expansão da rodovia impactaria o Parque Nacional Serra do Divisor, próximo à fronteira com o Peru. A iniciativa visava gerar empregos na região e facilitar a mobilidade dos habitantes do Acre.
A decisão que interrompeu as melhorias na rodovia foi baseada na alegação de “violação dos direitos socioambientais”, devido ao “risco de extermínio” das comunidades indígenas, falta de consulta aos povos da região e uma “relação desproporcional entre o investimento público e os beneficiários”.
Além disso, foi descoberto que Marina Silva é conselheira honorária do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, uma ONG associada. No ano anterior, essa organização utilizou 80% dos R$ 35 milhões em despesas com salários, consultorias e viagens, conforme revelado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs.