Marina Silva culpa ‘liberalismo primitivo’ de Guedes por levar o Brasil ao Mapa da Fome
Durante sua participação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs nesta segunda-feira, 27, a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, criticou o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. Ela afirmou que a visão liberal de Guedes não se alinha com a Escola de Chicago, caracterizando-a como um “liberalismo primitivo e selvagem” que, em sua opinião, contribuiu para o retorno do Brasil ao Mapa da Fome.
As declarações de Marina surgiram em resposta a questionamentos do relator da CPI, Marcio Bittar, sobre a alegada relação problemática entre ONGs e o setor público. A ministra expressou desconforto com a suspeição envolvendo seu secretário-executivo, João Paulo Capobianco, que possui origens no terceiro setor e fundou o Instituto Socioambiental.
No contexto da CPI, senadores apresentaram denúncias à Procuradoria-Geral da República contra o Instituto Chico Mendes (ICMBio), subordinado ao ministério de Marina. Após uma investigação em Epitaciolância (AC), foram relatadas acusações de maus-tratos a animais, agressões a pequenos produtores rurais e ameaças a residentes da reserva, que se queixaram da pobreza que atribuíram às ações do ICMBio.
A ministra também foi questionada sobre a liberação de R$ 35 milhões do Fundo Amazônia para uma ONG que obteve uma decisão judicial suspendendo uma obra de infraestrutura no Acre. Marina faz parte do comitê orientador do Fundo, responsável por selecionar as ONGs beneficiárias.
Além disso, Marina terá que esclarecer suas relações com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). O diretor-executivo do Ipam admitiu que Marina é conselheira honorária da ONG, que recebeu R$ 35 milhões do Fundo em 2022, destinando a maior parte para despesas operacionais como folha de pagamento, viagens e consultorias.