Marina Silva Defende Ações do Governo, Mas Cobra Ação da Sociedade na Crise Climática

Marina Silva Defende Ações do Governo, Mas Cobra Ação da Sociedade na Crise Climática

11 de setembro de 2024 – 14h18

Na última quarta-feira (11), durante uma entrevista no UOL News, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu com veemência o esforço do governo federal para combater as queimadas devastadoras que assolam o Brasil. Contudo, a ministra também não hesitou em apontar que a responsabilidade não recai apenas sobre os ombros do governo; a sociedade precisa arregaçar as mangas e fazer a sua parte.

“Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance,” declarou Marina com uma determinação que poderia ser comparada a um escudo de ferro. “Mas não podemos ignorar que a sociedade também tem que se engajar. Não dá para continuar com a mentalidade de que ‘as pessoas podem tocar fogo à vontade, e o governo que se vire para apagar’. Isso não faz sentido!”

Marina não poupou críticas ao fato de que, apesar de todos os esforços atuais, os problemas climáticos são, em grande parte, resultado de ações que deveriam ter sido tomadas décadas atrás. “As medidas que poderíamos ter implementado para evitar a seca dos rios deveriam ter começado em 1992. O que precisava ser feito para impedir que a temperatura global subisse a 1,5 ºC deveria ter sido iniciado em 1992. Agora, estamos colhendo os frutos amargos de nossa inação.”

A ministra destacou a dramática situação atual, comparando-a a uma batalha contra forças incontroláveis. “Estamos enfrentando condições meteorológicas tão extremas que se tornam quase sobre-humanas. Com uma umidade relativa do ar inferior a 7%—mais baixa do que a do deserto do Saara—ventos de 70 km/h e temperaturas de 38ºC, é como tentar conter um furacão com uma simples toalha.”

Marina também elogiou iniciativas de setores da sociedade, como um manifesto de empresários publicado em agosto, que enfatiza que a luta contra as mudanças climáticas não pode ser responsabilidade exclusiva do governo. Ela observou que até mesmo parte do agronegócio demonstra consciência e vontade de colaborar na mitigação dos problemas climáticos.

“É um cenário lamentável,” refletiu Marina, “em que a luta contra a mudança climática é marcada pela necessidade de um esforço coletivo. Não é apenas sobre políticas governamentais, mas sobre uma consciência compartilhada e ação conjunta.”

O recado de Marina Silva é claro e urgente: o combate às mudanças climáticas requer uma mobilização que vai além das fronteiras do governo. Se a sociedade não se comprometer a agir, a luta contra a devastação ambiental continuará sendo uma batalha desigual e sem fim.

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