Marinha monitora situação na Guiana com “potencial risco” aos interesses nacionais, diz comandante
A Marinha do Brasil está monitorando de perto a situação política envolvendo a Venezuela e a Guiana em relação ao território de Essequibo, conforme declarado pelo comandante da Marinha, almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen. Ele destacou que a situação apresenta um “potencial risco aos interesses nacionais” e é percebida como uma possível ameaça à manutenção da paz na área estratégica ao redor do Brasil.
A atenção da Marinha tem se intensificado devido à escalada de tensões entre os países vizinhos, especialmente considerando as implicações nas movimentações marítimas. O território de Essequibo, abrangendo mais de 159 mil km² e representando mais de 75% do território total da Guiana, é rico em petróleo e recursos naturais. A região é palco de extensa exploração petrolífera, conduzida por empresas como a ExxonMobil dos Estados Unidos. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, já emitiu um ultimato público às empresas estrangeiras atuando na área.
O almirante Olsen esclareceu que a Marinha está pronta para apoiar a política externa brasileira, protegendo as infraestruturas críticas nas águas jurisdicionais do Brasil, em coordenação com o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Defesa.
Na tarde desta sexta-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas está discutindo o potencial conflito, a pedido da delegação da Guiana na ONU. Rosemary DiCarlo, subsecretária da ONU para Assuntos Políticos, fornecerá informações ao Conselho sobre os desenvolvimentos recentes.