
Mauro Cid Depõe no STF: Ex-Ajudante de Ordens de Bolsonaro Presta Esclarecimentos Cruciais
Dúvidas sobre a Colaboração Premiada e o Golpe de Estado em Jogo
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21) para prestar depoimento crucial. Cid chegou por volta das 13h30 (horário de Brasília), acompanhado de seu advogado, Cezar Bitencourt. A oitiva, convocada pelo ministro Alexandre de Moraes, começa às 14h e tem como objetivo esclarecer as contradições entre os depoimentos anteriores de Cid e as investigações da Polícia Federal sobre os planos de assassinato de autoridades, incluindo Moraes.
A audiência ocorre em um dos prédios anexos ao STF e será acompanhada por representantes da Procuradoria-Geral da República. Caso Cid seja acusado de mentir ou omitir informações durante sua colaboração premiada, existe a possibilidade de anulação do acordo, embora seu advogado não acredite que isso vá ocorrer.
Em depoimentos anteriores, Cid negou envolvimento no plano de assassinar autoridades, como o próprio ministro e o presidente Lula. No entanto, investigações revelaram mensagens de texto em que Cid discutia planos golpistas com outros envolvidos, incluindo um possível uso das Forças Armadas para “tomar uma medida mais pesada”. As evidências levantam sérias dúvidas sobre sua verdadeira participação nos eventos.
Se confirmadas as omissões ou mentiras de Cid, ele poderá perder os benefícios da delação premiada e até ser preso novamente por obstrução de justiça. Contudo, mesmo no caso de rescisão do acordo, as provas já obtidas seguirão válidas.
Cid já teve sua prisão preventiva decretada anteriormente, em março, por descumprir medidas cautelares e obstrução de justiça, mas foi libertado em maio. A decisão do ministro Moraes em manter as medidas cautelares e o acordo de colaboração premiada segue sendo um ponto chave nesse caso que envolve investigações sobre o golpe de Estado planejado para impedir a posse de Lula.