
Mello Araújo e Padre Júlio em Conflito sobre Abordagem aos Dependentes Químicos
Vice-prefeito critica ações de Padre Júlio, que rebate dizendo que ele trata as pessoas como “objetos” e simplifica a situação.
O confronto entre o vice-prefeito de São Paulo, coronel Mello Araújo (PL), e o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, ganhou destaque nas redes sociais nesta quarta-feira (19/3). Mello Araújo acusou o padre de não contribuir efetivamente para a solução dos problemas dos moradores de rua e dependentes químicos, limitando-se a distribuir comida sem promover ações de tratamento. Segundo o vice-prefeito, o padre estaria, na verdade, incentivando as pessoas a permanecerem na dependência da ajuda, sem buscar a recuperação.
Em resposta, o padre Júlio rebateu as declarações, afirmando que Mello Araújo está desrespeitando as equipes de assistência social e que sua abordagem é simplista. Ele questionou a eficácia das ações do vice-prefeito, sugerindo que ele está mais preocupado com a imagem pública do que com a realidade das pessoas em situação de rua. “A situação não pode ser tratada com essa simplicidade, como se as pessoas fossem caixinhas”, disse o padre, destacando os programas educacionais e de moradia oferecidos pela Pastoral.
A troca de farpas aconteceu após uma discussão no Núcleo de Convivência São Martinho Lima, onde Mello Araújo estava tentando convencer dependentes químicos a buscar tratamento. O vídeo da discussão se espalhou rapidamente, gerando debates sobre as abordagens de cada um para lidar com a questão da dependência química e da população em situação de rua na cidade de São Paulo.
O vice-prefeito, por sua vez, lançou um desafio ao padre, questionando quantas pessoas teriam se recuperado com o tipo de ajuda oferecido pelo religioso, sugerindo que sua prática de doar alimentos não seria suficiente para resolver a questão. A resposta de Padre Júlio foi firme: “não é papel de um vice-prefeito fazer internações”. Ele também afirmou que as ações de Mello Araújo seguem uma lógica punitiva, que criminaliza as pessoas em situação de rua.
A disputa entre os dois segue acirrada, e a questão de como tratar as populações mais vulneráveis na cidade continua a gerar polêmica.