Mercado Financeiro Reprova avaliação negativa 90% Governo Lula e Vê Haddad Perder Força

Mercado Financeiro Reprova avaliação negativa 90% Governo Lula e Vê Haddad Perder Força

Desconfiança sobre política fiscal e foco em popularidade afetam avaliação do governo pelo setor financeiro

A reprovação do governo Lula (PT) entre os agentes do mercado financeiro cresceu e chegou a 90%, segundo uma pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (4).

A confiança do mercado financeiro no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) despencou. Segundo pesquisa da Quaest divulgada nesta quarta-feira (4), 90% dos agentes do mercado avaliam negativamente a gestão após o anúncio de um pacote fiscal que, para eles, ficou aquém das expectativas para ajustar as contas públicas.

O levantamento ouviu 105 profissionais, incluindo gestores, economistas e analistas, e revelou uma crescente desconfiança em relação ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, até então considerado um dos principais nomes para conter o aumento de gastos no governo.

Foco na popularidade, não no equilíbrio fiscal

De acordo com Felipe Nunes, CEO da Quaest, o mercado enxerga o governo mais preocupado em preservar a popularidade do presidente do que em tomar decisões técnicas para garantir o equilíbrio fiscal.

“Para o mercado, o equilíbrio fiscal está no fim da lista de prioridades. Já a popularidade de Lula é o ponto central das decisões do governo”, apontou Nunes.

Os resultados refletem a frustração com o arcabouço fiscal apresentado por Haddad. Entre os entrevistados, 42% consideram a nova regra fiscal pouco confiável, enquanto 58% não veem qualquer credibilidade na proposta.

Arcabouço fiscal sob pressão

O cenário fiscal preocupa a maioria dos agentes financeiros. Para 37% deles, as regras atuais só se sustentam até 2025, enquanto outros 34% acreditam que podem resistir até 2026. Depois disso, prevalece o ceticismo em relação à capacidade do arcabouço de suportar as demandas econômicas do país.

Essa percepção negativa também impactou diretamente a avaliação de Haddad, que despencou após atingir um pico de confiança em julho do ano passado. Atualmente, apenas 41% dos entrevistados avaliam positivamente sua atuação.

Desafios à frente

Com a popularidade de Lula guiando as ações do governo e a confiança do mercado em baixa, o desafio de equilibrar as contas públicas parece cada vez maior. O descontentamento crescente do setor financeiro pode intensificar a pressão sobre Haddad e a equipe econômica, colocando em xeque a credibilidade da política fiscal a médio e longo prazo.

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