Mesmo após rejeição, governo Lula socorre Porto de Itajaí com R$ 48 milhões

Mesmo após rejeição, governo Lula socorre Porto de Itajaí com R$ 48 milhões

Cidade que declarou presidente como “persona non grata” recebe ajuda para evitar colapso logístico;

Poucos dias depois de Itajaí, em Santa Catarina, declarar o presidente Lula como “persona non grata”, o Governo Federal decidiu quitar uma dívida pesada — de R$ 48 milhões — para garantir que o Porto da cidade continue funcionando. A dívida, acumulada durante gestões anteriores, ameaçava paralisar as operações e comprometer a economia da região.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira (3) pelo secretário nacional de Portos e Aeroportos, Alex Sandro de Ávila, durante um encontro com representantes da FIESC (Federação das Indústrias de Santa Catarina). Segundo ele, o valor será destinado à empresa responsável pela dragagem do canal de acesso ao porto — um serviço essencial para manter a profundidade necessária e permitir a movimentação de navios.

Atualmente, o Porto de Itajaí está sob administração provisória da Autoridade Portuária de Santos, desde que a gestão municipal deixou de operá-lo em janeiro deste ano. Com o contrato emergencial firmado, a continuidade da dragagem está garantida até a conclusão da nova concessão definitiva.

Para o superintendente do porto, João Paulo Tavares Bastos, a decisão do governo representa um alívio e reforça a segurança operacional do terminal. Ele destaca que a dragagem é vital para a competitividade do porto e, sem ela, o risco de paralisação seria alto.

Durante a reunião, também foram apresentados os próximos passos do processo de concessão. Estão previstos dois editais: um para a administração do canal de acesso, incluindo obras de aprofundamento, e outro para a operação do terminal de cargas. O primeiro deve ser enviado ao TCU até o fim de maio, e o leilão está previsto para dezembro. Já o segundo edital deve sair em seguida, com leilão estimado para março de 2026.

A FIESC, por sua vez, pediu que o governo mantenha um cronograma claro e transparente para que o setor produtivo possa acompanhar cada etapa do processo. O contrato atual com a empresa JBS, que opera o terminal, poderá ser prorrogado por até dois anos, se necessário.

No fim das contas, mesmo diante de um gesto simbólico de rejeição vindo da cidade, o governo federal decidiu agir com pragmatismo e evitar que a crise política se transforme também numa crise econômica para o litoral catarinense.

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