“Mestrão”, que aconselhou Moro em voto sobre Dino, já trabalhou com Ricardo Arruda
Durante a sabatina de Flávio Dino e Paulo Gonet na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, um incidente chamou a atenção envolvendo o funcionário do gabinete do senador Sergio Moro, Rafael Travassos Magalhães, conhecido como “Mestrão”. O assessor foi flagrado em uma conversa no WhatsApp com o senador, cujo conteúdo foi capturado pelas câmeras da imprensa.
Na troca de mensagens, “Mestrão” aconselha Moro a não declarar voto a favor de Dino, mencionando a repercussão nas redes sociais. O assessor destaca que é importante evitar vídeos do senador afirmando seu voto a favor, pois isso poderia ter consequências duradouras. Moro responde que manterá seu voto em segredo como uma medida de proteção contra possíveis retaliações.
Apesar de reconhecer a conversa, Moro não revelou a identidade de Magalhães. O apelido do assessor deriva de seu costume de chamar as pessoas de “mestre” ou “super-mestre”. Ele trabalha como auxiliar parlamentar de Moro desde agosto, recebendo um salário mensal de R$ 7.152,04.
Antes de ingressar no gabinete de Moro, “Mestrão” trabalhou com o deputado estadual Ricardo Arruda, sendo mencionado em uma investigação do Ministério Público do Paraná sobre um suposto esquema de rachadinha no gabinete de Arruda. O assessor é acusado de realizar saques em dinheiro correspondentes a 70% de sua renda na Assembleia Legislativa do Paraná, levantando suspeitas de fracionamento.
“Mestrão” foi contratado por Moro após participar da campanha do União Brasil no Paraná durante as eleições de 2022.