Michelle Bolsonaro usa fé e emoção para defender anistia e reforçar liderança de Bolsonaro

Michelle Bolsonaro usa fé e emoção para defender anistia e reforçar liderança de Bolsonaro

Em ato na Paulista, ex-primeira-dama une discurso religioso e apelo à justiça, exaltando papel feminino e reafirmando apoio ao marido como ícone da direita

Sob o calor de uma multidão vestida de verde e amarelo na Avenida Paulista, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro fez um discurso carregado de emoção e religiosidade neste domingo (6/4), durante o ato em defesa da anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Em tom afetivo, ela agradeceu a presença dos apoiadores, exaltou a união de diferentes religiões e reforçou o papel da fé e da família como alicerces da luta por liberdade e justiça no país.

“Obrigada por estarem aqui, todos unidos, independente de raça, crença ou orientação”, disse Michelle, arrancando aplausos da plateia. Ao lado de líderes religiosos como o pastor Silas Malafaia, o padre Kelmon e representantes de religiões de matriz africana, ela celebrou o que chamou de “momento histórico de união espiritual”.

Michelle destacou o sentimento de injustiça vivenciado pelas famílias dos presos pelos atos do 8 de Janeiro, se referindo a eles como “presos políticos”. “É uma dor profunda ver tantas famílias sofrendo, como se a balança da justiça tivesse pendido para um único lado”, afirmou.

Ao mencionar Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama não economizou nas palavras de carinho: “Estamos aqui com o nosso maior líder da direita, Jair Messias Bolsonaro. Desde 2018, nossas vidas mudaram, mas seguimos firmes em nossa missão: não desistir do Brasil.”

Ela também prestou homenagem ao movimento feminino conservador, citando o gesto da vereadora Priscila Costa, que em um ato anterior no Rio de Janeiro ergueu uma rosa em nome de Débora — uma cabeleireira presa após os ataques, agora transformada em símbolo da resistência feminina. “Na Bíblia, Débora foi juíza, conselheira e guerreira. A nossa Débora, hoje, representa cada mulher que luta por justiça neste país.”

O discurso reforça a estratégia bolsonarista de mobilizar apoiadores por meio de uma narrativa baseada em fé, emoção e sensação de perseguição. Termos como “liberdade”, “presos políticos” e “missão” foram usados com frequência, numa tentativa de transformar os acusados dos atos golpistas em mártires de uma causa política.

Michelle encerrou sua fala reafirmando seu compromisso com a militância conservadora e com o projeto de poder que gira em torno de Bolsonaro. “Nós não vamos parar. Continuaremos lutando, com coragem, fé e amor pelo nosso Brasil.”

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