Micro e pequenas empresas sufocadas: pedidos de recuperação judicial disparam em 2024
É de indignar! Enquanto discursos otimistas sobre a economia circulam por aí, a realidade das micro e pequenas empresas no Brasil é outra, e ela grita por socorro. De janeiro a agosto de 2024, o número de pedidos de recuperação judicial dessas empresas mais que dobrou em comparação com o ano passado. Foram 1.062 pedidos, um aumento alarmante de 100,8% em relação aos 529 registrados em 2023. E o que isso significa? Que as bases da economia — os pequenos negócios que sustentam famílias e empregos — estão ruindo diante da crise.
Esses pequenos empreendimentos representaram 71,8% de todas as solicitações de recuperação judicial no país em 2024. Em termos gerais, o Brasil viu 1.480 pedidos de recuperação, um salto de 78,3% em relação ao mesmo período de 2023. E as grandes empresas? Mesmo com aumentos, os números são menores: 130 pedidos. Já as médias registraram 288 solicitações, um crescimento de 33,3%.
O setor de serviços, que é vital para a economia, lidera essa triste corrida rumo à falência, responsável por 40,5% dos pedidos de recuperação judicial. Comércio, setor primário e indústria seguem logo atrás, todos esmagados por uma realidade de falta de apoio e crise econômica que só aprofunda o buraco.
E, enquanto isso, celebramos migalhas. O número de falências, apesar de ter caído para 644 este ano, ainda pesa sobre os ombros das micro e pequenas empresas, responsáveis por 60,7% dos pedidos. Esses números não são só estatísticas; são negócios que fecham suas portas, empregos que se perdem, sonhos que se destroem. É vergonhoso ver essa destruição enquanto os que deveriam proteger esses pequenos negócios seguem alheios à realidade que consome a base da economia do país.