Milei anuncia transferência da embaixada argentina para Jerusalém e reforça apoio a Israel
Durante visita oficial, presidente argentino declara alinhamento firme com Israel e critica críticas internacionais à ofensiva em Gaza
Em uma visita marcada por simbolismo e declarações fortes, o presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou nesta quarta-feira, no Parlamento israelense, que pretende mudar a embaixada do país de Tel Aviv para Jerusalém até 2026. Esse movimento representa um reconhecimento claro de Jerusalém como capital de Israel, uma postura que diverge da maior parte da comunidade internacional.
Milei já havia manifestado essa intenção durante sua campanha presidencial em 2023 e reafirmou o compromisso em sua primeira viagem oficial a Israel, no ano passado. Hoje, poucas nações mantêm suas representações diplomáticas em Jerusalém — entre elas, Estados Unidos, Itália, Guatemala, Honduras, Kosovo e Paraguai —, enquanto a parte leste da cidade é reivindicada pelos palestinos como capital de um futuro Estado.
Durante seu discurso na Knesset, o presidente argentino foi enfático ao defender Israel e criticar os países que, segundo ele, se deixaram influenciar por narrativas que confundem vítimas e agressores no conflito com o Hamas na Faixa de Gaza.
“Irmãos de Israel, a Argentina está ao lado de vocês neste momento difícil. Infelizmente, não posso dizer o mesmo da comunidade internacional, que foi manipulada pela propaganda terrorista, invertendo as posições de vítima e agressor”, declarou Milei. “Estamos diante de uma batalha existencial e moral entre o bem e o mal.”
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, presente à sessão, agradeceu o argentino, chamando-o de “amigo verdadeiro” e destacando o apoio na “luta contra as forças das trevas”.
Durante a visita, Milei participou de encontros importantes, como uma reunião privada com Netanyahu e uma visita ao Muro das Lamentações, onde fez uma prece ao lado de líderes religiosos locais. Ele também esteve com familiares das vítimas sequestradas pelo Hamas nos ataques de outubro de 2023, reforçando seu posicionamento como “aliado máximo e incondicional” de Israel.
Apesar do apoio firme, fontes argentinas relataram que Milei estava com sintomas de dor de garganta e permaneceu pouco tempo no encontro com as famílias. Ainda assim, seu gesto foi visto como uma demonstração clara do alinhamento político e ideológico do presidente argentino com Israel em meio à turbulência da região.
