Milei Apoia Tarifas Recíprocas Propostas por Trump

Milei Apoia Tarifas Recíprocas Propostas por Trump

Presidente argentino defende alinhamento comercial e critica “classe política com complexo de Deus”

O presidente da Argentina, Javier Milei, declarou neste sábado (22) que seu país pretende ser o primeiro a aderir às tarifas recíprocas defendidas por Donald Trump. Durante seu discurso na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), nos Estados Unidos, Milei reafirmou sua afinidade ideológica com o ex-presidente norte-americano e atacou o que chamou de “classe política com complexo de Deus”.

A proposta de Trump, que entra em vigor em 2 de abril, consiste em impor aos países estrangeiros o mesmo percentual de tarifas alfandegárias que estes aplicam sobre produtos americanos. Milei não apenas apoiou a iniciativa como também afirmou que a Argentina “será o primeiro país do mundo a aderir a esse acordo de reciprocidade”.

A partir de 12 de março, Washington também aplicará uma taxa de 25% sobre importações de aço e alumínio, o que afeta diretamente a Argentina. Segundo Milei, se o país não estivesse vinculado ao Mercosul, já estaria negociando um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.

“Segunda independência” e apoio a Trump

Além das questões comerciais, Milei afirmou que tanto a Argentina quanto os EUA precisam de uma nova independência, desta vez, contra a “tirania do partido do Estado”. Em sua fala, ele criticou setores da política e reforçou sua lealdade a Trump. “Dizem que Trump e eu somos um perigo para a democracia. Mas a verdade é que somos um perigo para eles”, disse.

O presidente argentino também fez ataques a ONGs e organismos internacionais, mencionando a Usaid, agência de desenvolvimento dos EUA, que, segundo ele, financia “mídias e projetos que promovem ideologias prejudiciais”. Ele ainda defendeu a formação de uma “aliança de nações” conservadoras e reafirmou seu compromisso de reduzir o tamanho do Estado argentino com sua polêmica “motosserra” nas contas públicas.

Críticas e impacto na Argentina

Apesar do entusiasmo do público conservador, Milei enfrenta desafios em casa. Seu governo conseguiu reduzir a inflação, mas a pobreza aumentou e já atinge 52,9% da população, de acordo com dados oficiais. Ainda assim, ele garantiu que continuará sua política de austeridade e cortes, reforçando sua postura contra o que chama de “aparelho estatal ineficiente”.

O discurso de Milei na CPAC reforça sua posição como um dos principais aliados de Trump na América Latina, ao mesmo tempo em que aprofunda as tensões com outros países do Mercosul, especialmente o Brasil. Seu apoio às tarifas recíprocas e às críticas às ONGs prometem gerar mais debates no cenário político internacional.

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