Milei transforma Banco de la Nación em sociedade anônima, abrindo caminho para o capital privado

Milei transforma Banco de la Nación em sociedade anônima, abrindo caminho para o capital privado

Após rejeição do Congresso à privatização, governo argentino avança com a reestruturação do maior banco do país, mantendo o controle estatal.

O presidente da Argentina, Javier Milei, assinou na quinta-feira (20) um decreto que converte o Banco de la Nación, a maior instituição financeira do país, em uma sociedade anônima. A medida, que visa modernizar a estrutura do banco, marca um passo importante na abertura do banco ao capital privado, mesmo após o Congresso ter rejeitado, no início do ano, a privatização da instituição.

No decreto, Milei justifica que a mudança vai alinhar o Banco de la Nación às “melhores práticas do mercado financeiro”, embora a privatização tenha sido barrada no Legislativo. A reestruturação, no entanto, mantém o controle estatal, com o governo argentino detendo 99,9% das ações, enquanto o Ministério da Economia exercerá os direitos acionários. A Fundação Banco de la Nación ficará com os 0,1% restantes.

A decisão gerou uma reação feroz dos sindicatos bancários, que acusam o governo de tentar vender uma instituição lucrativa. O sindicato La Bancaria criticou a medida, sugerindo que o governo poderia ter intenções escusas, citando o recente escândalo envolvendo uma criptomoeda promovida por Milei.

Os números oficiais demonstram que o Banco de la Nación segue com bons resultados financeiros, com um crescimento de mais de 600% nos desembolsos em 2024, além de recordes em participação de mercado, depósitos e patrimônio. Frente a essa movimentação, o sindicato declarou “estado de alerta e mobilização”, prevendo uma resistência significativa à medida nos próximos meses.

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