Ministério da Saúde lança campanha para incentivar doação de sangue
O Ministério da Saúde lançou uma campanha para conscientizar sobre a importância da doação de sangue. Emergências, cirurgias de grande porte e o tratamento de pessoas com doenças crônicas dependem frequentemente de transfusões sanguíneas. Aproximadamente 1,4% da população brasileira doa sangue, o que está dentro da recomendação da OMS. No entanto, é necessário aumentar o número de doadores para manter os estoques regulares, especialmente durante as férias escolares, festas juninas e a chegada do inverno, que costumam resultar em baixa nos estoques de sangue.
Cada doação pode salvar até quatro vidas, e todo sangue coletado na rede pública de saúde passa por testes de segurança antes de ser liberado para uso. O Ministério da Saúde está fortalecendo a Hemorrede e retomando ações para incentivar a doação de sangue em diversos contextos, como núcleos sociais, familiares, religiosos e de trabalho. A doação de sangue é voluntária, altruísta e não remunerada, e os requisitos básicos incluem ter entre 16 e 69 anos de idade, pesar no mínimo 50 kg, não ter ingerido álcool nas últimas 12 horas e estar em boas condições de saúde.
O Brasil conta com 2.097 serviços de hemoterapia, como coleta, hemocentros, hemonúcleos, unidades de coleta e transfusão, e agências transfusionais. A Hemobrás é responsável por fornecer medicamentos derivados do sangue e/ou obtidos por engenharia genética aos pacientes do SUS, com produção nacional. Atualmente, o país importa medicamentos para atender pacientes com hemofilia e outras doenças relacionadas à coagulação sanguínea, mas a Hemobrás busca ampliar a produção de hemoderivados e reduzir a dependência externa nesse setor.
O Ministério da Saúde se opõe à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 10 de 2022, que permite a coleta e o processamento de plasma humano pela iniciativa privada. Caso aprovada, essa PEC poderia prejudicar a Rede de Serviços Hemoterápicos no Brasil e o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados. O incentivo financeiro para doações e as campanhas mercadológicas podem levar à diminuição das doações voluntárias para a rede pública de saúde, afetando os atendimentos e a oferta de sangue em regiões remotas. Além disso, o sangue coletado no Brasil poderia ser enviado para outros países, prejudicando o abastecimento interno.