Ministério da Saúde suspende divulgação de dados sobre saúde Yanomami após aumento de mortes

Ministério da Saúde suspende divulgação de dados sobre saúde Yanomami após aumento de mortes

O último boletim foi divulgado em fevereiro; governo diz que revisa dados para fornecer estatísticas precisas

O Ministério da Saúde deixou de publicar relatórios mensais que detalham o número de mortes, a incidência de doenças e desnutrição na Terra Indígena Yanomami. O último relatório divulgado foi em fevereiro, com informações referentes a dezembro do ano anterior.

Além disso, o governo parou de responder às solicitações feitas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) sobre a situação na região. O ministério informou que em breve apresentará um balanço atualizado sobre a população Yanomami e que os dados estão sendo revisados para garantir precisão./

Apesar dos esforços do governo, incluindo uma força-tarefa, o número de mortes no território Yanomami não diminuiu entre 2022 e 2023, permanecendo elevado devido à desnutrição, doenças como malária e conflitos com garimpeiros ilegais, que poluem os rios e afugentam a caça.

O boletim de fevereiro indicou 363 mortes em 2023, comparado a 343 em 2022. Segundo o ministério, a intensificação da busca ativa de casos inflacionou os números. A situação gerou uma crise, culminando em uma reprimenda pública do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à ministra da Saúde, Nísia Trindade, especialmente porque os dados foram divulgados pela imprensa através da LAI. Agora, o ministério não responde nem aos pedidos de informação submetidos por meio da LAI, alegando que os dados estão em “tratamento”.

Em relação à malária, o ministério informou um aumento de 20% nos casos no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, com os números subindo de 14.550 para 17.348 casos. O aumento nos diagnósticos foi atribuído ao aumento na realização de testes, que cresceram 63% no mesmo período. O tratamento contra malária foi aprimorado com a introdução da tafenoquina, um medicamento de dose única combinado com cloroquina, que aumenta a adesão ao tratamento e reduz recaídas.

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