Ministra da Saúde esperou “autorização” de Lula para se manifestar contra PL do aborto
Nísia Trindade, ministra da Saúde, esperou o “tempo político” adequado antes de manifestar sua posição contrária ao projeto de lei que está em tramitação na Câmara dos Deputados, proposto para equiparar o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples.
Segundo informações obtidas pela CNN de fontes próximas, Nísia Trindade estava sob pressão para se posicionar, especialmente após declarações da ministra da Mulher, Cida Gonçalves, e da primeira-dama, Janja Silva.
Relatos indicam que a ministra aguardava uma indicação do presidente para evitar conflitos com o Congresso Nacional. Seu posicionamento público, divulgado no sábado (15), ocorreu pouco tempo após o presidente manifestar discordância com o projeto, chamando-o de “insanidade”.
Nísia Trindade optou por uma abordagem ponderada em suas declarações nas redes sociais, mencionando o alinhamento com o posicionamento da ministra Cida Gonçalves. Ela destacou a importância de garantir no Sistema Único de Saúde (SUS) o atendimento a mulheres em situação de estupro e em risco de vida, conforme previsto pelo Código Penal de 1940, além do aborto nos casos de anencefalia fetal.
A demora da ministra em se posicionar gerou críticas nas redes sociais, principalmente devido aos abortos legais realizados pelo SUS, o que reforçou a pressão sobre seu posicionamento. No entanto, o Ministério da Saúde negou que houvesse esperado uma “autorização” do presidente Lula para que a ministra se manifestasse sobre o assunto.