Ministra do STJ reabre inquérito sobre hackeamento da J&F
A ministra Daniela Teixeira, recém-indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), tomou a decisão de reabrir um inquérito que investigava o hackeamento de e-mails de executivos da J&F. Anteriormente arquivado, o caso agora foi transferido da Polícia Civil de São Paulo para a Polícia Federal em Brasília.
Os irmãos Joesley e Wesley Batista, da J&F, utilizam esse inquérito como uma estratégia para reverter uma disputa judicial de R$ 15 bilhões com a empresa indonésia Paper Excellence. A batalha judicial diz respeito à venda da Eldorado Celulose, uma das maiores empresas do setor no mundo, para a Paper Excellence em 2017. No entanto, o negócio foi interrompido antes da conclusão, levando a uma série de litígios entre as partes.
A J&F alega que o suposto hackeamento de seus e-mails pelos concorrentes teria proporcionado uma vantagem indevida na disputa, buscando, assim, anular completamente o acordo de venda da Eldorado Celulose para a Paper Excellence.
A ministra afirmou que há uma “conexão clara” entre os inquéritos em São Paulo e Brasília, indicando a transferência da investigação para a esfera federal. O desenrolar desse caso pode influenciar diretamente a disputa multibilionária entre as empresas, que aguarda julgamento no Tribunal de Justiça de São Paulo.
A J&F tem buscado manter em andamento as investigações sobre o alegado hackeamento, argumentando que a obtenção ilegal de informações confidenciais prejudicou sua posição na negociação com a Paper Excellence. A recente decisão de reabertura do inquérito pode ter implicações significativas no desenrolar desse complexo conflito judicial.
