Ministro de Lula chama Bolsonaro de “capiroto” e critica emendas parlamentares
Paulo Teixeira defende retomada do orçamento para políticas públicas e alfineta legado do ex-presidente durante evento do MST
Durante um café da manhã com parlamentares de esquerda nesta sexta-feira (9/5), em São Paulo, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), não poupou palavras ao criticar o impacto das emendas parlamentares no orçamento público. Sem citar diretamente o nome de Jair Bolsonaro, o ministro se referiu ao ex-presidente como “capiroto” — uma alusão popular ao diabo — e responsabilizou sua gestão pelo que chamou de “sequestro” do orçamento da União.
“Precisamos libertar o orçamento das mãos das emendas parlamentares. Esse dinheiro deveria estar nas políticas públicas, não refém de negociações políticas”, afirmou Teixeira. “Naquele período em que o capiroto chegou e entregou o orçamento para garantir apoio, perdemos a capacidade de planejar o país. Agora, é hora de resgatar essa autonomia.”
A fala ocorreu durante a Feira da Reforma Agrária, promovida pelo Movimento Sem Terra (MST), e contou com a presença de diversas lideranças políticas da esquerda, como os deputados petistas João Daniel, Nilton Tatto, Juliana Cardoso e Alfredinho, além de Ivan Valente e Sâmia Bonfim (PSol), e Orlando Silva (PCdoB).
Na ocasião, Teixeira ainda transmitiu um “abraço” do presidente Lula aos militantes e disse que, apesar de não estar presente este ano, o chefe do Executivo prometeu comparecer à feira em 2026. A ausência foi justificada pela viagem de Lula e da primeira-dama Janja à Rússia, onde o casal participa das cerimônias que marcam os 80 anos da vitória soviética contra a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
A ida de Lula ao exterior gerou reações da ala bolsonarista. O senador Flávio Bolsonaro, por exemplo, criticou nas redes sociais a presença do presidente brasileiro na Rússia, insinuando proximidade com líderes autoritários. Segundo ele, Lula “não esconde sua admiração pela Revolução Comunista que colocou ditadores no poder e levou o povo à fome”.
