Ministro José Mucio defende revisão das punições após os eventos de 8 de Janeiro

Ministro José Mucio defende revisão das punições após os eventos de 8 de Janeiro

Ministro sugere que liberar pessoas com menor envolvimento pode ajudar na pacificação do país e critica excessos no processo de responsabilização

O ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, se pronunciou a favor de uma abordagem mais equilibrada nas punições aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro. Segundo ele, liberar aqueles que tiveram uma participação menor ou são inocentes contribuiria para a “pacificação” do Brasil, um passo necessário para superar o radicalismo que marca o atual momento político.

Mucio abordou o tema com cautela, mencionando a palavra “golpe”, mas sem afirmar categoricamente que houve uma tentativa de ruptura. Em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura, o ministro afirmou: “Acho que soltar inocentes ou quem não teve um grande envolvimento é uma maneira de buscar pacificar o país. Ninguém aguenta mais esse radicalismo. Vivemos em um clima de caça aos culpados.”

Ele também fez um apelo para que o “revanchismo” fosse deixado de lado, ressaltando que a decisão sobre uma possível anistia aos responsáveis deveria ser tomada pelo Congresso Nacional. Para ele, as punições devem ser proporcionais aos atos cometidos. “Se foi um golpe, quem organizou que pague. Mas quem apenas estava lá, tirando foto ou se juntou ao movimento sem grande intenção, não pode ser tratado da mesma forma que os que financiaram ou lideraram as ações”, explicou.

O ministro comentou ainda sobre a expectativa de identificar os verdadeiros responsáveis e dissipar as suspeitas que rondam as Forças Armadas, destacando que, na sua visão, os verdadeiros articuladores dos eventos de 8 de Janeiro “desapareceram” após os atos.

Em um tom mais pessoal, Mucio revelou que, inicialmente, cogitou deixar o cargo, mas foi convencido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a permanecer, dado o contexto político e econômico desafiador do momento. O ministro também mencionou a necessidade de reformas no governo, enfatizando que ainda há um longo caminho pela frente para superar as adversidades políticas e econômicas do país.

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