Ministros do governo Lula criam agenda toda sexta para voltar para casa de jatinho da FAB
Ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm sido acusados de usar aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar aos seus redutos eleitorais durante os finais de semana. Essas viagens não são devidamente registradas na agenda oficial, o que tem levantado questionamentos sobre a justificativa para o uso dos jatos em vez de voos comerciais mais econômicos.
O decreto presidencial regulamenta o uso de aviões da FAB, priorizando casos de emergência médica, razões de segurança e viagens a serviço. No entanto, não permite que os ministros solicitem aeronaves para passar o final de semana em suas casas. Essas viagens têm um alto custo para os cofres públicos, chegando a até R$ 70 mil, enquanto voos comerciais custariam entre R$ 1 mil e R$ 3 mil.
Cinco auxiliares de Lula realizaram um total de 74 voos em aeronaves da FAB para visitar seus locais de residência durante os finais de semana. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, viajou oito vezes para São Paulo, partindo de Brasília na sexta-feira e retornando na segunda-feira. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, realizou 14 voos para São Paulo, geralmente partindo às sextas-feiras e retornando no início da semana.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, residente no Rio de Janeiro antes de se tornar ministra, também passou diversos finais de semana na capital carioca usando aviões da FAB. Em alguns casos, ela foi a única passageira em um voo governamental.
O Ministério da Saúde justificou que todas as viagens estão de acordo com o decreto e relacionadas a compromissos oficiais relacionados ao trabalho da ministra. Já o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, viajou três vezes para São Luís em aviões da FAB, alegando compromissos na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) do Maranhão.
Por sua vez, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, viajou 12 vezes para São Luís, mas em 10 dessas ocasiões não teve compromissos oficiais no Estado.
Em resposta às críticas, as equipes dos ministros argumentam que as viagens da FAB visam garantir a segurança física e moral dos ministros, e que em alguns casos é praxe que os funcionários do ministério não os acompanhem em todos os trajetos aéreos.
