Moraes dá prazo para Bolsonaro justificar hospedagem em embaixada
Em mais um episódio de seu empenho persecutório contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), apelidado de “ditador da toga”, pediu explicações sobre a hospedagem do político na Embaixada da Hungria, em Brasília, em um prazo de 48 horas.
Bolsonaro esteve no local entre os dias 12 e 14 de fevereiro. A revelação da hospedagem do ex-presidente foi feita pelo jornal New York Times. O pedido de esclarecimentos ocorre após a Polícia Federal ter retido o passaporte de Bolsonaro quatro dias antes de sua estadia na embaixada.
O New York Times mencionou a possibilidade de um pedido de asilo político, uma vez que Bolsonaro e vários de seus aliados estão sob investigação de Moraes em inquéritos no STF.
Durante sua permanência na missão diplomática, teoricamente, Bolsonaro estaria protegido contra uma eventual ordem de prisão, devido às convenções diplomáticas que resguardam os prédios das embaixadas.
O Ministério das Relações Exteriores solicitou ao embaixador da Hungria, Miklós Halmai, uma explicação sobre o envolvimento com o ex-presidente. O governo do petista Lula (PT) interpreta essa ligação como uma possível interferência nos assuntos internos do Brasil por parte do governo húngaro, conforme informações da Folha de São Paulo.
Em nota, a defesa de Bolsonaro justificou a hospedagem como uma oportunidade de manter contato com autoridades do país anfitrião.
“Durante os dias em que permaneceu na embaixada húngara, a convite, o ex-presidente brasileiro teve conversas com várias autoridades do país amigo, atualizando-se sobre os cenários políticos de ambas as nações”, afirmaram os advogados Paulo Cunha Bueno, Daniel Tesser e Fabio Wajngarten.
A nota também rejeitou quaisquer interpretações adicionais sobre o assunto, descrevendo-as como “ficção sem relação com os fatos reais e, na prática, mais uma série de notícias falsas”.