Moraes liga vazamento de conversas sobre atuação irregular a tentativa de fechar STF
Na quinta-feira (22), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou o sigilo do Inquérito 4972, que investiga o vazamento de mensagens trocadas entre seus auxiliares. Essas mensagens sugerem uma possível atuação irregular, supostamente utilizada para perseguir aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e figuras ligadas à direita.
O inquérito foi instaurado após a divulgação, pela Folha de São Paulo, de conversas entre os auxiliares de Moraes, nas quais indicavam que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estaria sendo utilizado como um braço investigativo paralelo. Entre os envolvidos nas mensagens estão Airton Vieira, juiz instrutor de Moraes no STF, Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar do ministro no TSE, e Eduardo Tagliaferro, chefe da AEED, órgão subordinado a Moraes na corte eleitoral.
De acordo com Moraes, o vazamento dessas conversas é um novo indicativo da atuação de uma possível organização criminosa que tem como objetivo desestabilizar as instituições republicanas. Ele ainda afirmou que essa organização busca “cassação” dos ministros do STF, o “fechamento da Corte Suprema”, o “retorno da ditadura” e o afastamento da observância fiel à Constituição Federal.
Eduardo Tagliaferro, que ocupava a chefia da AEED, foi intimado a prestar depoimento à Polícia Federal e teve seu celular apreendido por ordem de Moraes. Seu advogado, Eduardo Kuntz, argumentou que o vazamento das mensagens pode ter ocorrido após a apreensão do aparelho pela Polícia Civil em 2023, quando Tagliaferro foi preso em flagrante por violência doméstica.
Moraes citou ainda artigos da revista Fórum, que sugerem, sem provas, que aliados de Bolsonaro, como o secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), possam ter influenciado no vazamento dos dados do celular de Tagliaferro.
Fonte: Gazeta do Povo
