
Moraes manda prender Zambelli, bloqueia bens e aciona a Interpol
Deputada foge do país após ser condenada a 10 anos de prisão e tenta escapar da Justiça brasileira
O cerco se fechou de vez para a deputada Carla Zambelli (PL-SP). Após ser condenada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou sua prisão imediata, o bloqueio de todos os seus bens e a inclusão do nome na lista vermelha da Interpol, usada para localizar e capturar foragidos em qualquer parte do mundo.
A decisão veio um dia depois de Zambelli anunciar publicamente que deixou o Brasil. Ela partiu rumo aos Estados Unidos e já revelou que seu próximo destino deve ser a Itália, país do qual também tem cidadania.
Além da ordem de prisão, Moraes bloqueou as contas bancárias da deputada — inclusive Pix e ativos financeiros —, suspendeu o salário parlamentar, travou o passaporte diplomático e determinou o bloqueio de veículos e perfis nas redes sociais. Como se não bastasse, ela também terá que pagar uma multa diária de R$ 50 mil caso insista em divulgar conteúdos considerados criminosos.
Na decisão, o ministro foi claro ao afirmar que Zambelli segue cometendo crimes, espalhando desinformação, atacando as eleições e desferindo agressões contra o Judiciário, mesmo após sua condenação.
A parlamentar reagiu, classificando a decisão como “ilegal, inconstitucional e autoritária”. “Nossa Constituição é clara: um deputado só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável. Nada disso ocorreu”, disse, em nota.
Condenação pesada e fuga anunciada
Zambelli foi condenada de forma unânime pelos ministros do STF por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A investigação apontou que ela e outros envolvidos cometeram o crime 13 vezes, chegando a inserir documentos falsos, como um falso mandado de prisão contra o próprio Moraes, além de ordens de bloqueio de bens e quebra de sigilos.
Por conta disso, além da pena de prisão, Zambelli perdeu o mandato, ficou inelegível e recebeu uma multa pesada.
Ontem, já fora do país, ela desafiou abertamente a Justiça brasileira. “Na Itália, sou cidadã. Podem acionar a Interpol, mas não vão me tirar de lá. Só a Justiça italiana poderia me prender”, declarou à CNN Brasil.
O clima ficou ainda mais tenso quando o advogado de defesa dela, Daniel Bialski, abandonou o caso, alegando “motivos de foro íntimo”.
Agora, caberá às autoridades brasileiras acionar formalmente a Itália, com quem há um acordo de cooperação jurídica, para tentar a extradição da deputada.