
Moraes mantém sigilo sobre delação de Mauro Cid, mas libera relatório da PF sobre Golpe
Ministro do STF justifica decisão em razão de diligências em andamento e mantém segredo sobre depoimento crucial.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do relatório da Polícia Federal que detalha o envolvimento de Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas em uma tentativa golpista para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. No entanto, Moraes decidiu manter em segredo a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A justificativa de Moraes para manter o sigilo
Em sua decisão, Moraes explicou que, embora tenha retirado o sigilo sobre o relatório da PF, que foi apresentado ao Supremo na última quinta-feira, optou por manter a delação de Cid sob sigilo devido a investigações em curso e diligências ainda em fase de avaliação. O material foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que agora analisará as possíveis ações a serem tomadas, incluindo uma eventual denúncia ou pedido de novas investigações.
Cid e os detalhes sobre o plano golpista
Na última semana, a validade da delação de Mauro Cid foi questionada após a Polícia Federal identificar contradições e omissões nos depoimentos do militar. Contudo, Moraes decidiu manter o acordo, e Cid reafirmou a existência de uma reunião em novembro de 2022, na casa do ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, onde foi discutido o plano golpista que envolvia até a morte de autoridades como Lula, Geraldo Alckmin e Moraes. Apesar de negar envolvimento nos planos de assassinato, Cid confirmou detalhes que ligam diretamente o ex-ministro da Defesa, Braga Netto, ao esquema, incluindo o uso de seu apartamento para reuniões secretas sobre o golpe.