
Moraes quer Zambelli presa por 10 anos por ataque ao sistema do Judiciário
Ministro do STF acusa deputada e hacker de agirem com “vilania” e pede cassação de mandato após invasão ao CNJ para forjar mandado falso contra ele
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (9/5) pela condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a uma pena de 10 anos de prisão. Para Moraes, a parlamentar teve papel central em um ataque hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em janeiro de 2023, e agiu com “conduta vil”, colocando em risco a confiança do público nas instituições.
Além da pena de prisão, Moraes também defendeu que o mandato de Zambelli seja cassado. No entanto, essa decisão dependerá da avaliação da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Se a condenação for mantida, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), deverá ser oficialmente notificado.
Zambelli está sendo julgada junto com o hacker Walter Delgatti, acusado de ter executado a invasão a pedido da parlamentar. Ambos foram denunciados pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, pelos crimes de invasão de dispositivo eletrônico e falsidade ideológica. Moraes propôs uma pena de 8 anos e 3 meses de prisão para Delgatti.
Segundo a acusação, Zambelli teria procurado o hacker para inserir informações falsas no sistema do CNJ, entre elas um mandado de prisão fictício contra o próprio Moraes, além de outras fraudes. O objetivo, segundo Gonet, era criar confusão, manchar a imagem do Judiciário e tirar proveito político da situação.
Para Moraes, a gravidade do caso está na tentativa de sabotar as instituições por dentro: “Uma deputada federal eleita para representar o povo e um hacker com conhecimento técnico específico causaram danos profundos e duradouros à credibilidade das instituições. Isso viola princípios constitucionais e distorce completamente a confiança depositada pelos cidadãos.”
O julgamento acontece no plenário virtual da Primeira Turma do STF, e os demais ministros — Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux — têm até o dia 16 de maio para registrar seus votos.