Moraes Revoga Restrições e Devolve Bens de Padre Investigado no Caso do Golpe

Moraes Revoga Restrições e Devolve Bens de Padre Investigado no Caso do Golpe

STF encerra medidas contra José Eduardo de Oliveira e Silva, que não foi denunciado pela PGR

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu revogar as restrições impostas ao padre José Eduardo de Oliveira e Silva, que havia sido indiciado pela Polícia Federal (PF) na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. Apesar da inclusão no inquérito, o sacerdote não foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o que motivou a defesa a solicitar a suspensão das medidas cautelares.

Na decisão, divulgada nesta terça-feira (18), Moraes justificou que, sem a formalização de uma acusação pela PGR, não há razões para manter as restrições anteriormente aplicadas. Com isso, o padre recupera o direito de viajar para fora do país, retomar contato com outros investigados e participar de eventos ligados às Forças Armadas e polícias militares. Além disso, seu passaporte e outros bens apreendidos pela PF serão devolvidos, uma vez que a perícia sobre os materiais já foi concluída.

Defesa comemora decisão e reafirma inocência

A equipe jurídica de José Eduardo celebrou a revogação das medidas, reiterando que sua inclusão no inquérito se deu por “interpretações equivocadas e relatos fantasiosos”. O advogado Miguel Vidigal afirmou estar confiante de que o caso será arquivado por completo.

Padre influente em círculos conservadores

Sacerdote da Diocese de Osasco (SP), José Eduardo tem forte presença entre grupos católicos conservadores e acumula mais de 437 mil seguidores nas redes sociais. Doutor em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma, ele foi citado no inquérito da PF como parte do “núcleo jurídico” do suposto esquema golpista.

A investigação revelou que, em seu celular, havia mensagens em que pedia orações pelos militares envolvidos na tentativa de golpe. No texto, ele rogava a Deus para que os oficiais tivessem “coragem de salvar o Brasil”, superassem a “covardia” e agissem com “consciência histórica”. O conteúdo viralizou sob o nome de “oração do golpe”.

Em sua defesa, a equipe jurídica do padre argumentou que o pedido de oração era apenas mais um entre os muitos que ele já havia feito para diversas autoridades ao longo de sua trajetória religiosa.

Com a decisão de Moraes, José Eduardo segue livre de restrições, aguardando os próximos desdobramentos do caso.

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