MP Processa Prefeitura de SP por Compra Superfaturada de Água no Carnaval 2024

MP Processa Prefeitura de SP por Compra Superfaturada de Água no Carnaval 2024

Investigação aponta prejuízo milionário aos cofres públicos

O Ministério Público de São Paulo entrou com uma ação civil pública contra a Prefeitura de São Paulo devido à compra superfaturada de garrafas de água para o Carnaval de 2024. Segundo a denúncia, mais de R$ 1,2 milhão foram gastos de maneira irregular na aquisição do produto.

A investigação teve início após uma reportagem do g1 revelar que cada garrafa foi comprada por R$ 5,52, enquanto o preço no mercado variava entre R$ 0,93 e R$ 2,25. O caso levou o promotor Ricardo Manuel Castro a apresentar a ação na Justiça, que agora decidirá se acolhe o pedido.

Detalhes da denúncia

De acordo com o MP, a Secretaria Municipal das Subprefeituras, responsável pela organização do Carnaval de rua, gastou cerca de R$ 2,7 milhões na compra de 252 mil garrafas de água e kits de lanche com valores muito acima do mercado.

O promotor afirma que houve um “jogo de planilhas” na licitação, permitindo que o valor fosse inflacionado. O primeiro pregão eletrônico (041/2023) estipulou o preço da água em R$ 2,92 por unidade. No entanto, apenas um mês depois, um novo pregão (052/2023) fixou o preço em R$ 5,52 sem justificativa plausível.

Os cálculos do MP apontam um superfaturamento de 513%. A compra da água, que custou R$ 1,391 milhão, deveria ter saído por R$ 226 mil. Além disso, o número de kits de lanche foi reduzido de 47.800 para 33.103 unidades, enquanto a quantidade de garrafas de água aumentou de 126.000 para 252.000, elevando ainda mais os custos do contrato.

A empresa beneficiada foi a AMBP Promoções e Eventos Empresariais LTDA. O MP pediu o bloqueio dos bens da empresa e a devolução de R$ 1.227.240 aos cofres públicos, além da aplicação de multas que totalizam R$ 2.454.480.

Responsáveis na mira do MP

Além da empresa contratada, o MP pede que a então chefe de gabinete da Secretaria das Subprefeituras e duas fiscais do contrato sejam responsabilizadas. A ação foi motivada por uma denúncia do vereador petista Nabil Bonduki. A bancada do PT na Câmara também acionou o Tribunal de Contas do Município (TCM) para investigar o caso.

O que diz a Prefeitura?

Em nota, a Secretaria Municipal das Subprefeituras defendeu a regularidade da licitação, afirmando que os valores seguiram uma pesquisa de mercado. Segundo a Prefeitura, a primeira tentativa de compra não teve sucesso devido ao baixo preço referencial, e o valor final incluiu custos de logística e refrigeração.

O g1 tentou contato com a AMBP Promoções e Eventos Empresariais LTDA, mas não conseguiu localizar a sócia-proprietária responsável pelo contrato.

Mudanças na gestão

Na época da licitação, Rode Felipe Bezerra era chefe de gabinete da Secretaria das Subprefeituras, então comandada por Alexandre Modonezi. Após a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), ambos foram substituídos. O novo secretário, Fabricio Cobra Arbex, nomeou Cintia Grecov Peres para chefiar o gabinete. Rode Felipe Bezerra foi exonerada em janeiro de 2025.

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