MPF recupera vídeo apagado por Bolsonaro após 8/1 e envia ao STF
O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório técnico, elaborado pela Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise do MPF, que confirma a recuperação de um vídeo postado e apagado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 10 de janeiro de 2023, dois dias após os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
O subprocurador-geral da República e coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, Carlos Frederico Santos, enviou o relatório, o vídeo e informações relacionadas à postagem como parte do Inquérito nº 4.921, que investiga a incitação aos atos antidemocráticos.
A preservação do material foi solicitada pela PGR ao Supremo em 13 de janeiro de 2023, mas a Meta, responsável pelo Facebook onde o vídeo foi compartilhado, informou que o conteúdo não estava disponível porque a empresa não foi intimada a tempo.
O relatório do MPF analisa vestígios digitais da publicação feita pela conta de Bolsonaro. Em 10 de janeiro, ele compartilhou no Facebook um trecho de uma entrevista que questionava o resultado e a validade das eleições gerais de 2022. O conteúdo foi removido cerca de duas horas depois. Com base nessa publicação, o MPF solicitou ao STF a inclusão de Bolsonaro no Inquérito nº 4.921.
Bolsonaro, alvo de investigação do STF e da Polícia Federal, prestou depoimento afirmando que estava sob efeito de morfina quando postou o vídeo. Ele alegou que a intenção era enviar o vídeo pelo WhatsApp e não publicá-lo no Facebook. O MPF acredita que a recuperação do vídeo viabilizará a continuidade da persecução penal contra Bolsonaro e permitirá apurar a responsabilidade da empresa Meta pela não preservação do conteúdo. O coordenador do MPF solicitou a autuação em petição (PET) específica para garantir a apuração do caso em relação à conduta do ex-presidente e da Meta.