MST Rebate Proposta de Reforma Agrária de Lula: “Não Vamos Aceitar”
Movimento pede assentamentos mais amplos e agilidade nas ações do governo
O diretor nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, declarou insatisfação com a proposta de reforma agrária do governo Lula, afirmando que o movimento espera uma resposta mais firme e rápida. Rodrigues ressaltou que há cerca de 60 mil famílias acampadas aguardando por terra, enquanto o governo propôs assentar apenas 20.490 famílias em 2025.
Durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, Rodrigues expôs a preocupação do MST com o que considera uma “lentidão” do governo no tema agrário. “Estamos comprometidos com nossa base e não vamos parar enquanto todas as famílias não estiverem assentadas. A meta do governo de menos de 30 mil famílias é insuficiente”, criticou o líder.
Reivindicações do MST e a Urgência por Respostas
O MST aguarda uma reunião com Lula para tratar das demandas de reforma agrária, solicitando o assentamento de todas as 60 mil famílias acampadas. Entre os pedidos, destacam-se:
- Crédito especial via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf);
- Renegociação de dívidas;
- Ampliação dos recursos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab);
- Garantia de R$ 160 milhões para educação no campo;
- Construção de 50 mil novas casas e reforma de 150 mil habitações já existentes.
Além dessas demandas, Rodrigues reforçou a necessidade de ações voltadas à mecanização agrícola e à produção de bioinsumos. Ele fez um apelo para que o governo atenda as reivindicações ainda este ano.
Cobrança por Agilidade e Apoio de Ministros
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, manifestou apoio às críticas do MST, reconhecendo a lentidão do governo em cumprir as pautas do movimento. Em agosto, o MST se reuniu com Lula na Granja do Torto, em Brasília, e reiterou suas demandas. O líder do MST, João Pedro Stédile, já havia expressado insatisfação, chamando Lula de “lento” e “medroso” quanto ao cumprimento das promessas feitas ao movimento.
A expectativa agora é que, com o retorno de Lula das reuniões do G20, o governo apresente um calendário de ações mais assertivas para atender aos compromissos firmados com o MST.