Mulher de ditador nicaraguense assume controle total da Suprema Corte
Rosario Murillo, vice-presidente da Nicarágua e esposa do ditador Daniel Ortega, recentemente assumiu o controle da Suprema Corte de Justiça do país, consolidando ainda mais o poder do casal Ortega-Murillo. Esse movimento foi visto como uma manobra para garantir a supremacia do casal no governo, especialmente diante das preocupações com a saúde precária de Ortega. A operação para tomar o prédio da CSJ foi liderada pelo comissionado geral Horacio Rocha, resultando na destituição da presidente da CSJ, Alba Luz Ramos, e da magistrada Yadira Centeno González. Especialistas apontam que isso representa um golpe de Estado interno.
Este evento é um claro sinal de uma crise institucional e de um aumento no controle do casal ditatorial sobre as instituições do país. Rosario Murillo já exerce influência sobre o Ministério de Relações Exteriores, e agora também controla a Suprema Corte. Este movimento não apenas reforça a autoridade, mas também serve como uma estratégia para eliminar possíveis dissidentes e assegurar a lealdade necessária para a sucessão de Ortega. Na prática, Murillo busca evitar traições dentro do partido sandinista.
Esses acontecimentos recentes representam o auge de uma série de ações que demonstram o controle absoluto dos Ortega-Murillo sobre todas as esferas do poder na Nicarágua. A separação de poderes no país é vista como uma ilusão, com todos os ramos do Estado sob o domínio do casal. Desde 2018, o país enfrenta uma crise política e social profunda, marcada por protestos reprimidos violentamente, resultando em muitas vítimas e exilados. O governo também tem confiscado bens de ordens religiosas e organizações não governamentais, alegando falta de transparência em relação às fontes de financiamento. Além disso, o regime de Ortega-Murillo não tolera qualquer forma de oposição ou dissidência, como evidenciado pela prisão de sete candidatos à presidência em 2021.