Na abertura do Foro de São Paulo, Lula diz que ser chamado de “comunista” é motivo de “orgulho”
Durante a abertura do 26º Encontro do Foro de São Paulo, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou seu “orgulho” em ser chamado de “comunista”. Ele afirmou que considera uma ofensa ser rotulado como nazista, neofascista ou terrorista. Lula ressaltou que a esquerda na América do Sul é frequentemente difamada e atacada pela extrema-direita, que não reconhece suas organizações como democráticas, retratando-as como terroristas. Ele argumentou que ser chamado de comunista ou socialista não é uma ofensa, mas sim motivo de orgulho em muitas ocasiões.
Lula destacou que o Foro de São Paulo, criado em 1990, foi a primeira experiência na América Latina em que diferentes grupos de esquerda se uniram, mantendo suas diferenças e divergências, para disputar espaços políticos. Segundo ele, a América do Sul viveu seu melhor momento nos últimos 500 anos entre 2002 e 2010, com governantes de esquerda no poder em diversos países, incluindo Argentina, Chile, Brasil, Venezuela e Equador. Ele enfatizou as conquistas sociais e políticas alcançadas durante esse período.
No entanto, Lula pediu uma autocrítica e reflexão por parte da esquerda sul-americana sobre os erros cometidos nos últimos anos. Ele reconheceu as derrotas sofridas pela esquerda em países como Argentina, Equador, Chile e Bolívia, além do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no Brasil. O presidente ressaltou a importância de analisar os próprios erros e aprender com eles, em vez de apenas criticar os outros. Ele instigou a esquerda a refletir sobre o que foi feito de errado e como evitar novos equívocos no caminho para melhorar a qualidade de vida das pessoas.