Netanyahu declara: “Estamos redesenhando o Oriente Médio” em meio a bombardeios contra o Irã

Netanyahu declara: “Estamos redesenhando o Oriente Médio” em meio a bombardeios contra o Irã

Primeiro-ministro de Israel fala em enfraquecimento do regime iraniano após ataque à TV estatal e promete seguir eliminando lideranças; tensão cresce com mísseis cruzando fronteiras e cidades evacuadas

Em um momento de altíssima tensão no Oriente Médio, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira (16) que seu país está “mudando a cara da região” após uma série de ataques diretos ao Irã. A declaração foi dada poucas horas depois que um bombardeio atingiu a sede da televisão estatal iraniana em Teerã.

Durante a entrevista coletiva transmitida ao vivo, Netanyahu reforçou que o Irã está mais vulnerável do que aparentava. “Estamos atingindo o alto escalão deles. Estamos eliminando um por um”, disse, acrescentando que a morte do líder supremo iraniano poderia, segundo ele, encerrar o conflito.

Enquanto Netanyahu falava, imagens vindas do Irã mostravam a âncora de um telejornal abandonando às pressas o estúdio, enquanto o teto desabava parcialmente e a poeira tomava o ambiente. A transmissão foi interrompida e só voltou ao ar alguns minutos depois. O governo iraniano classificou o ataque como “crime de guerra”.

Paralelamente, do Canadá, onde participa do encontro do G7, o presidente dos EUA, Donald Trump, apelou novamente ao Irã para retomar o diálogo “antes que seja tarde demais”. O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, afirmou que Washington poderia conter Israel “com apenas um telefonema” — e que isso abriria espaço para a diplomacia.

A resposta iraniana também se intensificou. Mísseis lançados em direção ao norte de Israel levaram o governo local a ordenar que moradores se abrigassem imediatamente. Já nas ruas de Teerã, o clima era de desespero: o Grande Bazar fechou, as avenidas esvaziaram e postos de gasolina ficaram lotados por motoristas tentando sair da capital.

Segundo autoridades iranianas, os ataques israelenses desde sexta-feira deixaram ao menos 224 mortos e mais de mil feridos. Do lado israelense, foram confirmadas 24 mortes. Entre as vítimas estão altos comandantes militares iranianos e nove cientistas ligados ao programa nuclear do país. Um ataque destruiu parcialmente o centro de enriquecimento de urânio de Natanz, embora a Agência Internacional de Energia Atômica tenha informado que a área subterrânea principal não foi atingida.

Além de Teerã, Israel também lançou ataques a Mashhad (cidade sagrada), instalações militares no oeste do país, um quartel de bombeiros em Musiyan e até um hospital em Kermanshah.

A situação se agravou após décadas de tensões e ataques pontuais entre os dois países, marcando agora uma escalada direta e sem precedentes. Em Israel, cidades como Tel Aviv, Petah Tikva, Bnei Brak e Haifa também foram bombardeadas. Em meio a sirenes e explosões, moradores correm para abrigos. “Foi tudo muito rápido. A sirene tocou, corremos. Depois ouvimos uma explosão. Quando saímos, as casas estavam destruídas”, contou uma moradora de Petah Tikva.

O governo israelense justifica a ofensiva como uma forma de impedir o Irã de obter armas nucleares — algo que Teerã nega, dizendo que seu programa tem fins civis.

Diante do cenário, o mundo observa com preocupação uma possível guerra total no Oriente Médio, com consequências imprevisíveis não só para a região, mas para toda a comunidade internacional.

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