
Netanyahu tenta ceder, mas Trump bate o pé e mantém tarifas contra Israel
Mesmo com promessa de ajuste fiscal em Israel e isenção total de tarifas para os EUA, presidente americano diz que não cogita aliviar as taxas impostas ao aliado
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta segunda-feira (7) uma medida ousada para tentar aliviar a tensão econômica com os Estados Unidos: zerou as tarifas para produtos norte-americanos e prometeu cortar o déficit fiscal em seu país. A jogada, no entanto, não sensibilizou o presidente dos EUA, Donald Trump, que deixou claro que pretende manter as tarifas de 17% sobre produtos israelenses.
“Neste momento, não estamos considerando suspender as tarifas,” disse Trump, em um tom direto que encerrou qualquer expectativa de trégua comercial.
A estratégia de Netanyahu parecia clara: ao abrir totalmente o mercado israelense para os EUA, ele buscava convencer a Casa Branca a devolver o gesto e aliviar a carga tarifária sobre o comércio com Israel. Mas Trump, conhecido por sua postura firme em disputas econômicas, mostrou que não está disposto a fazer concessões, nem mesmo a aliados históricos.
O gesto de Netanyahu também vem em meio a pressões internas para equilibrar as contas públicas, enquanto enfrenta críticas tanto no campo econômico quanto no político. O corte no déficit e a abertura comercial foram apresentados como formas de revitalizar a economia e manter boas relações com Washington.
Do lado norte-americano, Trump tem usado as tarifas como ferramenta para proteger a indústria dos EUA e fortalecer sua retórica nacionalista. A manutenção das taxas, mesmo diante da concessão israelense, reforça a linha dura do governo americano em negociações internacionais — mesmo quando envolvem parceiros de longa data.
A tensão econômica entre os dois países ocorre em um momento delicado no cenário geopolítico, onde cada movimento é calculado como parte de um xadrez político mais amplo. E, pelo visto, Trump não está disposto a sacrificar nem um peão.