
Número de Pedidos de Demissão no Brasil Atinge Recorde Histórico em 2024
Cerca de 8,5 milhões de brasileiros pediram demissão, impulsionados pela alta oferta de vagas e mudanças no comportamento dos trabalhadores, especialmente entre os jovens.
Em 2024, o Brasil registrou um número recorde de pedidos de demissão, com quase 8,5 milhões de trabalhadores deixando seus empregos. Esse fenômeno é explicado, em parte, pela recuperação econômica, que gerou uma grande oferta de vagas, e por uma mudança nas expectativas da força de trabalho, especialmente entre os jovens.
Setores como bares e restaurantes têm enfrentado dificuldades para preencher vagas devido às características exigentes desses empregos, como horários fixos, trabalho nos finais de semana e turnos noturnos. Mesmo com a alta oferta de vagas, muitos desses postos continuam sem ser preenchidos.
Entretanto, a busca por novos talentos não se limita a esses setores. A crescente demanda por funcionários tem levado muitos trabalhadores a procurar novas oportunidades. Gustavo Silva de Jesus, garçom, relata que, em um curto período, trocou de emprego várias vezes. “Sempre que gosto do que faço, fico, mas se aparece uma chance melhor, eu saio”, disse ele.
O comportamento dos trabalhadores tem mudado com a chegada de uma geração mais jovem no mercado de trabalho. De acordo com o economista Bruno Imaizumi, os jovens hoje buscam mais qualidade de vida e estão mais dispostos a mudar de empresa quando encontram melhores oportunidades. Isso contrasta com as gerações anteriores, que muitas vezes viam o emprego como algo para a vida toda.
A pressão para reter talentos está também afetando empresas, como a construtora onde Karina Cruz, uma profissional do departamento jurídico, foi recentemente contratada. “Eu procurava uma nova oportunidade e não demorou muito para encontrar, o processo seletivo durou cerca de dois meses”, contou ela. Agora, a empresa está implementando programas para manter Karina na vaga, ciente da alta rotatividade no mercado.
Jonata Tribioli, diretor da construtora, reconhece o desafio de manter os funcionários. “Se as empresas não se adaptarem a programas eficazes de retenção, a rotatividade será uma constante”, afirma ele, destacando que todos os setores enfrentam essa realidade no atual cenário econômico.