O advogado que crítica Janja, defende militar acusado do suposto golpe

Jeffrey Chiquini questiona viagens da primeira-dama, enquanto defende oficial preso por tramar ações contra a democracia

Em meio à polêmica sobre os custos e a legalidade da viagem da primeira-dama Janja da Silva à Rússia, um detalhe chama atenção: um dos autores da ação que questiona essa viagem também atua na defesa de um dos militares acusados de participação em uma tentativa de golpe contra a democracia.

O advogado Jeffrey Chiquini representa o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como integrante do chamado “núcleo 3” da organização golpista. Azevedo, que faz parte do grupo conhecido como “kids pretos”, está preso e, segundo a PGR, teria chefiado operações para monitorar e até tentar neutralizar autoridades públicas. A denúncia foi aceita nesta terça-feira (20) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Apesar de estar defendendo um militar acusado de atentar contra a ordem democrática, Chiquini não poupou críticas à primeira-dama. Em coletiva, disparou: “Janja não é autoridade. Não pode, em nenhuma hipótese, viajar sem o presidente. Se faz isso, comete improbidade administrativa. Que devolva o dinheiro do povo.”

Na ação, ele acusa o governo de não ter respaldo legal para custear as viagens da esposa do presidente e aponta supostos gastos excessivos aos cofres públicos. A Justiça Federal, inclusive, determinou na segunda-feira (19) que o governo se manifeste, em até 20 dias, sobre os custos dessas viagens internacionais.