Oficial filmada ao cumprir ordem do STF enfrenta exposição pública e entidades reagem com indignação

Oficial filmada ao cumprir ordem do STF enfrenta exposição pública e entidades reagem com indignação

Sindicatos e associações de oficiais de Justiça condenam a divulgação de vídeo feito sem consentimento durante intimação de Bolsonaro na UTI.

Em uma nota contundente publicada nesta quinta-feira (24), entidades que representam oficiais de Justiça em todo o país repudiaram a filmagem e divulgação sem autorização da servidora responsável por entregar a intimação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A abordagem aconteceu na quarta-feira (23), no hospital DF Star, em Brasília, onde Bolsonaro está internado após uma cirurgia abdominal.

As imagens da oficial de Justiça circulam nas redes sociais do próprio ex-presidente, o que, segundo as entidades, configura uma exposição indevida, sensacionalista e desrespeitosa. Elas destacam que a servidora agiu com total legalidade, seguindo rigorosamente a ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), e que seu trabalho foi técnico e imparcial.

“O vídeo não só viola a privacidade da profissional, como tenta distorcer o seu papel e manchar sua reputação pública”, afirmaram em nota o Sindicato Nacional dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais (SINDOJAF) e a Associação Nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil (UniOficiais/BR).

As instituições reforçam que a tentativa de expor ou intimidar profissionais da Justiça que cumprem ordens judiciais é uma prática abusiva e inaceitável. “A Justiça deve ser cumprida, não constrangida”, afirmam. Elas prometem prestar total apoio à servidora envolvida e tomar as medidas legais contra os responsáveis pela exposição.

Segundo o relato, a oficial ficou mais de dez minutos dentro da UTI para colher a assinatura de Bolsonaro, transformado oficialmente em réu no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado. A intimação só foi realizada após o STF avaliar que, ao participar de uma live na véspera, o ex-presidente demonstrou condições de ser citado formalmente.

Enquanto aliados de Bolsonaro classificaram a ação como “pouco sensível”, sugerindo que a entrega poderia esperar sua alta médica, as entidades reforçam que os oficiais de Justiça apenas cumprem determinações judiciais — sem margem para flexibilização quando há urgência processual, como nesse caso.

A partir da intimação, Bolsonaro tem cinco dias para apresentar sua defesa e indicar suas testemunhas.

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