Olimpíadas
Caio Bonfim faz história e conquista a prata na marcha atlética das Olimpíadas de Paris
Aos 33 anos, principal nome da marcha atlética no Brasil consegue melhor resultado da carreira em sua quarta participação em Olimpíadas
Na madrugada desta quinta-feira (horário de Brasília), Caio Bonfim fez história ao conquistar a medalha de prata na marcha atlética de 20 km nas Olimpíadas de Paris 2024, a primeira do Brasil nessa modalidade. O atleta brasileiro, de 33 anos, esteve entre os líderes durante toda a prova, muitas vezes puxando o pelotão de frente. Com duas punições na reta final, a prova foi emocionante até o fim, com Caio brigando pelo ouro até os últimos metros.
Caio, que terminou a prova com o tempo de 1h19m09s, apenas 14 segundos atrás do equatoriano Brian Daniel Pintado, que levou o ouro com 1h18m55s. O espanhol Alvaro Martin conquistou o bronze com 1h19m11s. Outros brasileiros na disputa, Max Batista terminou em 28º e Matheus Corrêa em 39º. Na competição feminina, Érica Sena foi a 13ª, Viviane Lyra a 18ª e Gabriela Souza a 36ª.
Após a conquista, Caio comentou a importância do momento: “Olimpíadas são diferentes de tudo. Eu queria, e entreguei o meu melhor em todos os momentos e treinamentos deste ciclo olímpico curto de três anos. Eu dei tudo de mim, e, graças a Deus, foi suficiente.” Ele expressou gratidão por poder levar essa medalha para casa, especialmente na presença de seus filhos, destacando que esse feito eterniza o momento e pode abrir mais portas para o futuro.
Caio Bonfim vive em Sobradinho (DF) com sua esposa e filhos, e é treinado pelos pais. Os treinos ocorrem nas ruas da cidade e no estádio Augustinho Lima, onde sua família organiza o projeto Centro de Atletismo de Sobradinho. Sua mãe, Gianette Bonfim, oito vezes campeã brasileira, é sua treinadora, e o treinador dela foi João Sena, marido e pai de Caio. Desde o Mundial de 2022, onde foi sexto colocado, Caio tem subido ao pódio em todas as competições na marcha 20 km.
A marcha atlética, parte do atletismo, se distingue por uma técnica de caminhar rápido enquanto mantém contato constante com o solo. Os atletas não podem levantar os dois pés do chão simultaneamente ou dobrar as pernas de forma inadequada. As competições geralmente ocorrem em distâncias de 20 km e 50 km. Em Paris, a prova de 50 km foi substituída pelo formato misto por equipes, visando a igualdade de gênero.
Na prova feminina, a chinesa Yang Jiayu liderou do início ao fim, conquistando o ouro com 1h25m54s. A espanhola María Pérez levou a prata e a australiana Jemima Montag, o bronze. A italiana Antonella Palmisano, ouro em Tóquio, não completou a prova. Érica Sena foi a melhor brasileira, terminando em 13º após cumprir uma punição de dois minutos. Viviane Lyra foi a 18ª e Gabriela Souza a 36ª.
Viviane Lyra, ao saber da conquista de Caio Bonfim, comentou: “Estou com sede de medalha. Espero que hoje tenha sido um treino para o revezamento daqui a 6 dias.”