Operação da PM contra MST no Paraná encontra armas e leva 10 pessoas à delegacia
A Polícia Militar do Paraná conduziu uma operação de busca e apreensão em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Guarapuava. Como resultado, foram encontradas armas e dez pessoas foram levadas à delegacia. A ação foi realizada com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar e da Polícia Civil, em resposta aos protestos ocorridos na quinta-feira (19), quando manifestantes do MST bloquearam o quilômetro 390 da rodovia PR 170, agredindo e ameaçando três policiais.
Durante a operação, a polícia apreendeu uma espingarda com um indivíduo, uma pistola calibre 9mm com 20 munições intactas no veículo de outro, uma segunda pistola com dez munições no carregador com um terceiro, e nove munições de calibre 38 no carro de um quarto indivíduo. Além disso, seis pessoas foram identificadas como envolvidas nas agressões aos policiais e estão sendo interrogadas pelo delegado de polícia encarregado do inquérito.
O MST realizou o protesto em desacordo com uma liminar proibindo o fechamento da rodovia emitida pela 1ª Vara da Fazenda Pública de Guarapuava. O movimento manifestava insatisfação com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), exigindo a regularização da área de assentamento. Cerca de 300 pessoas de 14 acampamentos participaram dos protestos em quatro municípios, totalizando 75 mil hectares de terras que, segundo o MST, foram griladas por grandes proprietários.
O MST alegou que a via foi liberada a cada 30 minutos durante os protestos. Uma reunião foi agendada para a tarde da sexta-feira em Guarapuava, envolvendo representantes da Ouvidoria Agrária Nacional, Ouvidoria Agrária estadual e do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos (Cejusc) do Tribunal de Justiça do Paraná.
O presidente da já encerrada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), expressou sua preocupação, afirmando: “Eu avisei que o MST iria voltar com força após o fim da CPI. Mas o que aconteceu no Paraná é muito sério”.