Oposição entra com ação no STF para derrubar delação de Mauro Cid🧾
Subtítulo: Líderes do PL acusam ex-ajudante de Bolsonaro de violar regras do acordo e pedem cancelamento dos benefícios concedidos
A oposição na Câmara dos Deputados foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (13) pedir a anulação do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O pedido foi endereçado diretamente ao presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso.
Os deputados Luciano Zucco e Ubiratan Sanderson, ambos do PL do Rio Grande do Sul, alegam que Cid teria descumprido diversas cláusulas do acordo, o que, segundo eles, invalida toda a colaboração firmada com a Justiça.
Entre as supostas violações, os parlamentares apontam que Cid teria usado redes sociais da esposa para falar com investigados, quebrou o sigilo do processo, mentiu sob juramento e ainda teria feito críticas ao STF e ao próprio processo investigativo. Segundo mensagens que vieram à tona recentemente, o militar teria dito que a Polícia Federal exagerou suas declarações e que o ministro Alexandre de Moraes já teria a sentença “pronta” contra ele, Bolsonaro e outros envolvidos.
Apesar disso, Cid negou qualquer participação nas conversas ao ser questionado em depoimento no STF na semana passada.
No documento enviado ao Supremo, a oposição pede que todos os benefícios concedidos ao ex-ajudante sejam cancelados — como o perdão judicial, a devolução de bens apreendidos e a proteção policial. Também sugerem que o Ministério Público investigue a possibilidade de falso testemunho.
A delação de Cid foi homologada por Moraes em setembro de 2023. Em troca da colaboração, ele conseguiu sair da prisão e negociou vantagens não apenas para si, mas também para a esposa, filha e o pai.
Agora, com as novas denúncias, a oposição quer que tudo seja revisto — alegando que Cid traiu a confiança do sistema de Justiça e que sua colaboração perdeu a validade.
