Órgão do Ministério da Saúde de Lula desvia verba da saúde indígena para bancar viagens de coordenador ao exterior
Fiocruz, instituição ligada ao Ministério da Saúde do governo Lula, desvia verba do Programa de Saúde indígena para bancar viagens de coordenador e sua esposa ao exterior.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição ligada ao Ministério da Saúde do governo Lula, está sob escrutínio após revelações de desvio de verbas destinadas ao fortalecimento da saúde indígena para custear viagens internacionais do pesquisador Guilherme Franco Netto e sua esposa.
Segundo apuração divulgada pelos jornais nessa última quinta-feira (29/02), o casal de pesquisadores realizou cinco viagens a três países distintos – Portugal, França e Estados Unidos – ao longo de dois anos. O montante desviado alcançou a cifra de R$ 310 mil.
Guilherme Netto, que é bolsista e coordenador do programa, utilizou recursos provenientes de um contrato com o Ministério da Saúde, sob a gestão da ex-presidente da Fiocruz e atual ministra da Saúde de Lula, Nísia Trindade, para financiar suas viagens internacionais, acompanhado de sua esposa, Lorena Covem Martins, também bolsista do projeto.
Enquanto Netto recebeu a quantia total mencionada, outros pesquisadores contemplados com diárias de viagem receberam valores significativamente menores. A discrepância é notável: o segundo pesquisador mais beneficiado recebeu R$ 51,4 mil, menos de um sexto do montante destinado ao coordenador do programa.
No entanto, a esposa de Netto, Lorena, também recebeu uma quantia considerável, totalizando R$ 31 mil em diárias de viagens, ficando em quinto lugar no ranking dos beneficiados. Fora Netto, apenas cinco pessoas receberam subsídios superiores a R$ 10 mil por mês.
As justificativas para as viagens do pesquisador incluem atividades de pesquisa acadêmica e representação da Fiocruz em acordos de cooperação internacional. Contudo, é questionável o uso de recursos públicos em momentos em que o país enfrenta desafios sanitários urgentes, como declarado pelo governo federal durante o estado de emergência sanitária e operações de recuperação da saúde da população indígena.
A Fiocruz, por sua vez, afirma que as viagens foram realizadas com propósitos específicos, incluindo a sistematização de dados para subsidiar relatórios de pesquisa. No entanto, a discrepância entre os valores pagos a Netto e a orientação sugerida pelas tabelas de diárias da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec), um braço da Fiocruz, é motivo de preocupação e indignação.
O desvio de verbas destinadas à saúde indígena para custear viagens internacionais levanta questionamentos sobre a gestão de recursos públicos e a priorização de gastos em uma instituição de importância crucial para a saúde pública no Brasil. A transparência e a prestação de contas tornam-se imperativas diante de tais revelações de desvios de verbas.
FONTE: Revista Oeste