“Os Fantasmas da Embratur: Turismo ou Cabide de Empregos?”

“Os Fantasmas da Embratur: Turismo ou Cabide de Empregos?”

Denúncia revela supostos funcionários fantasmas em órgão presidido por Marcelo Freixo

A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) ficou alarmada ao se deparar com uma denúncia que parece mais roteiro de filme de terror político: a contratação de pelo menos 30 funcionários fantasmas na Embratur, sob a gestão de Marcelo Freixo. Segundo o relatório, essas contratações, realizadas nos últimos seis meses, ferem os princípios básicos da administração pública, como legalidade, moralidade e eficiência.

Trabalhadores fantasmas ou fantasias de gestão?

De acordo com a denúncia, os “colaboradores” sequer pisaram na agência, não falam idiomas estrangeiros — uma habilidade essencial para promover o turismo internacional —, e parecem ter sido indicados por critérios puramente políticos. O relatório técnico afirma que as contratações ocorreram sem processo seletivo público, o que levanta sérias dúvidas sobre a lisura do processo.

A portaria do home office ou “abrigo político”?

Para justificar a ausência dos funcionários, a Embratur citou uma portaria que permite trabalho remoto. Contudo, entre os nomes da lista, estão ex-deputados federais que não conseguiram se reeleger em 2022 e agora ocupam cargos no órgão com salários que chegam a R$ 38 mil.

Freixo, por sua vez, negou qualquer irregularidade. “Estamos batendo recordes de turistas graças a muito esforço e trabalho. Quem não estiver trabalhando e dando resultado, não fica”, afirmou. Ainda assim, a denúncia já resultou na exoneração de cinco desses funcionários.

O Ministério Público entra no jogo

O caso também chamou a atenção do Ministério Público Federal, que abriu um procedimento para investigar as acusações. Paralelamente, o TCU solicitou explicações formais sobre as contratações e quer acesso a toda a documentação pertinente.

Até agora, o ministro Jhonatan de Jesus, relator do processo no TCU, não tomou medidas concretas, deixando o caso em um limbo que reflete a habitual lentidão em questões envolvendo figuras políticas de destaque.

Enquanto isso, a imagem da Embratur, que deveria ser o cartão de visitas do Brasil no cenário internacional, parece cada vez mais associada a práticas arcaicas de gestão pública. O turismo pode até estar em alta, mas, por trás das cortinas, a transparência parece estar de férias prolongadas.

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