Pantanal em chamas: bioma registra uma queimada a cada 15 minutos
Primeiro semestre já é o recordista da história desde que o monitoramento do Inpe foi iniciado, em 1998
O Pantanal registrou 2.632 queimadas até sexta-feira (28/6), o que equivale a uma ocorrência a cada 15 minutos. Este primeiro semestre já é o mais crítico em termos de focos de calor desde que o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou, em 1998.
Desde 1º de janeiro até 28 de junho, foram contabilizadas 3.531 queimadas. Ambientalistas estão particularmente preocupados porque o fogo começou a se intensificar mais cedo neste ano. Enquanto a média histórica de junho é de 154 queimadas, este ano já foram registradas mais de 2,6 mil.
Historicamente, as queimadas no Pantanal aumentam em julho, atingem seu pico em agosto e começam a diminuir em setembro, embora ainda haja muitos focos de calor. Até este ano, junho de 2005 tinha o maior número de queimadas, com 435 registros.
Os dados diários do Inpe mostram que, no último dia 14, houve 387 queimadas, o maior número para um período de 24 horas. Diversos fatores contribuem para a situação atual.
Especialistas apontam que o fenômeno El Niño provocou uma seca recorde em mais de 70 anos. A vegetação mais seca, aliada às temperaturas mais altas devido à emergência climática, facilita a propagação do fogo, especialmente com os ventos.
Combate ao Fogo
O combate às chamas tem exigido grandes esforços. A partir de sábado (29/6), os brigadistas contarão com o reforço da aeronave KC-390 Millennium, capaz de transportar até 12.000 litros de água. Quatro voos com despejo de água sobre o fogo estão programados para este sábado.
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), a aeronave é abastecida em uma piscina de 22 mil litros, localizada em Corumbá (MS), de onde decola para as missões de combate ao fogo. A água utilizada contém uma substância retardante, que ajuda a reduzir o poder das chamas e amenizar a capacidade de queima do material combustível ainda não inflamado.