Passagens aéreas atingem maior valor em 13 anos com demanda em alta e combustível ainda caro

As passagens aéreas para voos domésticos no Brasil registraram um aumento significativo de 35,24% entre janeiro e novembro de 2023, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o preço médio da passagem atingiu o valor de R$ 741,47, o mais alto desde o início das análises em 2010, representando um aumento de 10,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a média era de R$ 669,12.

Vários fatores contribuíram para esse aumento nos preços das passagens aéreas. A baixa oferta de voos por parte das companhias aéreas, principalmente devido à proximidade das férias e às altas temperaturas, tem impactado os preços. Além disso, o aumento nos custos do querosene de aviação, que subiu 48% em 2022 e teve uma queda de 12,6% em 2023, ainda resulta em uma variação acumulada de 29,35%, valores consideravelmente acima da inflação no período.

O setor aéreo também continua sendo afetado pelos efeitos da pandemia de COVID-19. Embora as viagens tenham retomado desde 2022, tanto a demanda quanto os preços estão se recuperando, impactando as tarifas.

Diante desse cenário, o governo brasileiro, em colaboração com as companhias aéreas, está buscando alternativas para reduzir os custos das passagens aéreas. Entre as propostas, destacam-se a redução do preço do querosene de aviação, o estímulo à entrada de empresas de baixo custo no mercado brasileiro para aumentar a concorrência, e investimentos em programas de concessão e aviação regional. A preocupação com a judicialização excessiva no setor também é abordada como um desafio a ser enfrentado, buscando alternativas para reduzir os custos associados a processos judiciais no setor aéreo.