
Passaporte Liberado, Mala Feita: Zambelli Some do Brasil Após Condenação no STF
Deputada foi autorizada a viajar mesmo após ter o passaporte apreendido. Agora, fora do país, ela diz que é “tratamento médico”, mas futuro político e jurídico segue nebuloso.
Carla Zambelli (PL-SP), deputada federal, já não pisa mais em solo brasileiro. A parlamentar, condenada há poucos dias pelo STF a 10 anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), decidiu cruzar as fronteiras. O destino? Europa. A justificativa? Tratamento de saúde.
Mas a história não é tão simples. Zambelli, que também é ré por aquele episódio em que sacou uma arma nas ruas de São Paulo na véspera das eleições, chegou a ter o passaporte apreendido em 2023 por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A medida fazia parte das investigações sobre os ataques cibernéticos ao CNJ.
Só que o documento foi devolvido. E, com ele em mãos, nenhuma restrição a impedia de deixar o país. Agora, com ela oficialmente fora do Brasil, o Supremo pode reagir — desde medidas como uma nova retenção do passaporte até o pedido de prisão preventiva.
Inclusive, a Procuradoria-Geral da República já avalia possíveis ações. Não seria novidade. Em abril, o próprio Moraes atendeu a um pedido do procurador-geral Paulo Gonet e mandou prender Leonardo Rodrigues (o “Léo Índio”), primo dos filhos de Jair Bolsonaro, que também resolveu fugir — no caso, para a Argentina.
O advogado de Zambelli, Daniel Bialski, jogou panos quentes. Disse que não participou da decisão da cliente e que apenas foi comunicado pela assessoria de que ela estava viajando para “dar continuidade a um tratamento de saúde”. Fora isso, desconversou: qualquer detalhe, segundo ele, é com o gabinete da deputada.
Enquanto isso, Carla Zambelli, que 20 dias atrás era uma deputada condenada no Brasil, agora tenta se reinventar na Europa — longe da Justiça, longe do barulho, mas não longe dos holofotes.