
PEC da Segurança avança com apoio na Câmara
Hugo Motta vê união entre partidos e compara crise na segurança a um “câncer grave”; governo aposta em tramitação rápida
O clima foi de alinhamento político em Brasília nesta terça-feira (8), quando o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que há “convergência” entre os partidos para dar andamento à PEC da Segurança Pública. Segundo ele, todos os líderes concordaram que o tema exige tratamento urgente, diante da escalada da violência no país.
— Se o Brasil fosse um paciente, ele estaria com câncer. E não se trata câncer com analgésico. É hora de agir com firmeza — disse Motta, enfatizando a gravidade do cenário atual.
A proposta de emenda à Constituição será protocolada na Câmara na próxima semana. Depois disso, passará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, em seguida, será analisada por uma comissão especial.
Durante a apresentação da proposta, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, participaram das conversas com os líderes parlamentares. Para Lewandowski, a necessidade do debate foi unanimemente reconhecida:
— A segurança pública é uma das grandes dívidas do Estado com a população. O Executivo e o Legislativo precisam encarar isso de frente, afirmou.
Gleisi, por sua vez, mostrou otimismo com o caminho que a PEC deve seguir no Congresso. Segundo ela, os líderes “demonstraram grande concordância” com a proposta, que busca reorganizar o sistema de segurança pública brasileiro.
— É uma proposta estruturada, que não veio para improvisar, mas para propor soluções concretas, destacou a ministra.
Agora, resta saber se essa aparente harmonia vai se manter quando o debate esquentar no plenário — ou se, como muitas vezes acontece, o consenso de hoje vira impasse amanhã.