Pesquisa aponta que 7 em cada 10 brasileiros condenam decisão do STF de cancelar punições a empresas na Lava-Jato
Uma pesquisa do Instituto Genial/Quaest, publicada, neste domingo (4), pelo Jornal O Globo, revela que 74% dos brasileiros consideram que o STF (Supremo Tribunal Federal) ‘incentiva a corrupção’ ao beneficiar empresas que foram condenadas na Operação Lava Jato e tiveram multas suspensas. Ou seja, 7 em cada 10 brasileiros criticam a decisão da Corte.
A pesquisa aponta, ainda, que só 14% pensam o contrário, e 12% não souberam ou não respondera. Essa avaliação predomina entre os que declaram ter votado no ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022, com 85%. Já entre os eleitores que apoiaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são 68%.
Os número da pesquisa mostram que a percepção de que o STF, ao cancelar punições da operação incentiva a corrupção é maior entre os homens (79%) do que entre as mulheres (70%), nas faixas etárias entre 16 e 34 anos e entre 25 e 59, ambas com 77%, e entre aqueles que têm ensino superior, mesmo que incompleto (84%), de acordo com a pesquisa Genial/Quaest.
A pesquisa Genial/Quaest foi realizada, de forma presencial, entre os dias 25 e 27 de fevereiro, ouviu 2 mil pessoas, tem uma margem de erro de 2,2 pontos para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
SUSPENSÃO DE MULTAS
Em setembro de 2024, o ministro Dias Toffoli suspendeu as multas de R$ 14 bilhões em multas contra empresas envolvidas em esquemas de corrupção. A decisão abriu caminho para as empresas que foram alvo da força-tarefa conseguirem enterrar suas condenações.
Em outra decisão, no mês de fevereiro, o ministro Dias Toffoli sustou os pagamentos do acordo de leniência de R$ 3,8 bilhões firmado pela antiga Odebrecht e atual Novonor com a Lava-Jato. A empreiteira pegou carona em uma ação do grupo J&F, que já havia sido beneficiado com a suspensão de uma penalidade de R$ 10,3 bilhões.
Decisões anteriores geraram mais inquietação no meio jurídico: em setembro de 2023, em outro processo, Dias Toffoli invalidou as provas do acordo de leniência da Odebrecht, no qual a empresa admitiu crimes e forneceu informações que impulsionaram a Lava-Jato.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu da decisão que suspendeu o pagamento da multa da Odebrecht.