
“Petros Busca Blindar Área de Investimentos Após Indicação Polêmica”
Conselheiros agem para limitar poder de Gustavo Gazaneo, nomeado por Vaccari Neto, em meio a receios com investimentos passados
Desde a última quarta-feira, o Conselho Deliberativo da Petros, fundo de pensão da Petrobras, vem discutindo uma proposta para restringir os poderes da Diretoria de Investimentos. A medida, que visa transferir para o colegiado a palavra final sobre decisões sensíveis, como a troca de gestores e mudanças nas corretoras, foi apresentada após a nomeação de Gustavo Gazaneo para a direção de Investimentos.
O movimento dos conselheiros, ligados aos pensionistas, tem como objetivo proteger a área de investimentos de possíveis ingerências políticas. A proposta surge pouco mais de dez dias depois que o colegiado aprovou a escolha de Gazaneo, que, segundo informações, teria sido indicado pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Vaccari, condenado na Lava Jato e envolvido em esquemas de corrupção, foi responsável pela indicação, gerando tensão entre os conselheiros.
O receio entre os membros do Conselho é grande, especialmente considerando o histórico de investimentos que resultaram em grandes prejuízos, como os relacionados à Sete Brasil, que levou a uma falência que afetou diversos fundos de pensão, incluindo a Petros. O rombo foi de cerca de R$ 5,5 bilhões para as entidades de previdência.
Além da pressão de Vaccari, fontes afirmam que a Petrobras também teria influenciado a escolha de Gazaneo, por meio de seu diretor financeiro, Fernando Melgarejo. Os conselheiros, temendo repetir erros do passado, decidiram agir com urgência, garantindo que o processo de investimento seja mais rigoroso e com maior fiscalização.
A movimentação também reflete a preocupação com o uso dos fundos de pensão para financiar projetos do governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que já contava com os recursos para impulsionar suas iniciativas.